Sororidade pura: conheci Luana Piovani e falamos do crush compartilhado
Eu já fui trocada pela Luana Piovani. Talvez você já saiba disso porque essa semana escrevi um texto dividindo minha saga para tentar salvar um pseudo-namoro já falido, numa epopéia que contava com previsões de pai de santo, endividamento com ovo gigante de Nhá benta da Kopenhagen e carona com semi-estranhos rumo ao Rio de Janeiro.
O artigo bombou tanto que se espalhou por aí (história de pé na bunda, ainda mais envolvendo famosos, quem não quer ver né?) e eis que Luana recebeu meu texto (internet te amo!). Ela, maravilhosa, comentou em seus stories que não fazia ideia de quem era o cara de quem eu estava falando e até propôs uma live com os fãs para eles tentarem fazer uma retrospectiva da sua vida amorosa e encontrar quem era o tal Fulano. Isso é muito maravilhoso né? A história, que tinha sido tão impactante pra mim, mal fazia parte das memórias dela. Provavelmente foi só mais uma dessas ficadas que não vão pra frente. Mas lá na época do ocorrido, não foi assim que ele pintou. Com toques de crueldade escondidos por um tom de aparente normalidade, ele esfregou na minha cara e provavelmente se gabou para metade do Brasil contando ESTOU ENVOLVIDO COM A LUANA PIOVANI – ai ai … a masculinidade frágil.
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Durante todo o meu período de fossa pós pé na bunda, em nenhum momento fiz a cena clássica de mulher ciumenta recalcada, que coloca a atual pra baixo pra tentar colar os caquinhos da própria autoestima estraçalhada. Acredito muito que a única pessoa que tinha responsabilidade comigo era o tal Fulano (que convenhamos, já estava oferecendo migalhas há tempos mas eu, trouxa, ainda tentava salvar meu Titanic do amor). Minha única precaução na época foi evitar abrir revistas de fofoca ao fazer as unhas no cabeleireiro durante uns quatro meses, por medo de ver fotos do novo casal estampado em viagens felizes para a ilha de Caras. Hoje eu descobri que minha preocupação foi em vão (ai, ai…. quanta fofoca deixei de ler por esse medo bobo!). Num papo maravilhoso com a Luana, descobri que o tal envolvimento não durou mais do que dois dates. Sendo o segundo beeeeeem mais ou menos.
Pois é meu povo, nós duas, todas trabalhadas na soltura e na sororidade, resolvemos bater um papo por Skype pra dividir as versões da história, dar risada das neuroses, nos colocar pra cima e papear sobre solteirice, autoestima e que tipo de atitude dos crushes não dá pra engolir mais (Ai Luana, queria ter tido esse papo lá em dois mil e blaus…. talvez tivesse economizado no ovo da Kopenhagen e na viagem estrambólica para o Rio por que provavelmente já teria me retirado antes.)
Confira esse papo maravilhoso aqui:
Ela me salvou de um embuste
Pois é, benditos dois dates com Luana Piovani! Por que se não fossem eles, talvez eu tivesse arrastado a tal relação por muitas páscoas, em busca da prometida ressurreição da paixão.
Bastou uma escorregada para ela, diva, se retirar. Tem coisas que não dá pra gente aturar mesmo (e obviamente ela não se retirou apenas por causa da brochada) . Assim como a Lindsay, jornalista do New York Times, se convidou a ser mais Lady Gaga na vida, depois desse papo convido a mim mesma e a você, a sermos mais Luana Piovani nesse mundão de meu Deus.
Atitudes Luana para levar pra vida
Mantenha seu radar de deslizes ligado
Luana diz que o sistema de defesa dela é super potente "daqueles feitos na Nasa". Ou seja, ao menor indício de falta de respeito, falta de cuidado ou ceninha de ciúmes, o alarme interno já é ligado e, dentro dela começa a contagem regressiva: ou o boy muda rapidinho, ou ela se muda de relação.
Eu, na história com o tal Fulano e em algumas outras desventuras amorosas, já fiz muita vista grossa para pequenos distratos, omissões e afins. A gente, apegada no amor, vai ficando um pouquinho mais e nem percebe que nossa autoestima está sendo destruída silenciosamente, em doses homeopáticas.
Quanto boy já não te colocou pra baixo ali na sutileza: um comentário sobre uma atitude sua, um descaso com uma pequena conquista ou, pior, com uma ceninha de ciúmes? Sabe aqueles caras que flertam com outra na cara dura ou se colocam abertos para o flerte só pra dar a sensação de que o jogo não tá ganho e, ao menor deslize seu, outra mulher ocupará seu lugar. APENAS PAREM, BEBÊS! Já aprendi com Luana que esse tipo de atitude merece tolerância zero. Tudo bem que a gente não tem a segurança e a autoestima tão sólidas quanto a dela (afinal ela é Luana Piovani), mas entrar nessa pira da ameaça constante só vai te levar a afundar no combo gastrite, insônias ocupadas por stalking e sonhos premonitórios de traições dignas de novela das 9 (ou dignas de artigo no Universa, como o meu). Se o cara precisa te deixar insegura para estar com ele, ele é apenas um babaca que não merece mais um segundo sequer do seu tempo. Simples assim
Limpa o HD e atualiza o software
A história não rolou? É chato, a gente vai chorar um pouco, se sentir miserável, exagerar no vinho, mas vai passar. Limpar todos os vestígios do antigo romance é uma forma concreta de limpar o espaço mental – além de te poupar noites de autopiedade ouvindo a playlist de vocês e repassando as fotos da última viagem em looping ao som de Adelle. Dá medo deixar o espaço vazio mas é melhor encarar ele assim. Acabou o lance? Aproveita o momento do choque e já para de seguir, apaga o contato do celular, limpa o rolo de fotos, o icloud e, por que não, acende aquele incenso poderoso e já limpa a energia da casa.
Se joga no mundo amor
Se abrir pro mundo é um remédio milagroso para curar dor de amor. Uma vez ouvi de uma amiga uma frase linda: "vou levar minha dor pra passear". Acho que às vezes é isso mesmo. Não espere estar 100% superada pra ir pra rua. Novos ares são sempre novos ares. Se encaixe no programa dos amigos, vá assistir um filme, andar de bicicleta, comer num lugar que você gosta… Luana, assim como eu, é dessas que ama estar cercada de gente e adora puxar papo com estranhos. "Eu sou fã de sentar em balcão de bar e restaurante. Ai você pergunta sobre um drink novo de gin, fala sobre o peixe do dia…" conta Luana. Papos aleatórios com gente diferente às vezes funcionam mais que Rivotril pra curar essas feridas amorosas. Você descobre que o mundo tá cheio de gente, que elas têm histórias incríveis, falam sobre coisas que você nem imagina e provavelmente também colecionam dores de amor, como você. Se ocupar com os outros faz a gente parar de pirar o cabeção com nossas próprias nóias. E propor papos sobre esses nossos lados menos instagramáveis pode ser libertador! Conta um fail seu e pergunta um da pessoa, por que não? Tá todo mundo um pouco fora da casinha mas, ainda assim, sobrevivendo.
Bora coroar umas às outras
E pra finalizar, a cereja do bolo do nosso papo: bora coroar umas às outras. Já achava Luana uma mulher forte, batalhadora, poderosa e, depois do papo, admiro ela ainda mais. A culpa daquela minha história – já falida – não ter dado certo não foi dela. Já tinha consciência na época, mas acho importante enfatizar aqui. Vivemos num mundo que ainda alimenta a competição feminina e, em casos de traição, muitas mulheres se revoltam contra a atual de seus ex que, de verdade, nada tem a ver com o descumprimento do acordo da relação. A verdade é que não existem culpados. Algumas histórias simplesmente acabam, algumas de de forma melhor que outras. E cabe a nós saber a hora de se retirar e apagar a luz em nome da nossa autoestima (nota mental: da próxima vez, ao se retirar pós pé na bunda, levar o ovo de páscoa gigante da Kopenhagen de volta! Não me quis, não vai ficar com meus presentes. Antes só, devorando um ovo de nhá benta da Kopenhagen, do que mal acompanhada)
Quanto mais elogiarmos umas às outras, mais criaremos essa rede de apoio feminina e, com ela, fica mais fácil termos a certeza de que somos mulheres incríveis, com ou sem fulanos!
Obrigada Luana.
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