Como vai ser sua nova solteirice nesse "novo normal" pós-pandemia?
Começam a surgir as primeiras notícias sobre a queda da taxa de contágio e possíveis vacinas e já ficamos mais animados só de pensar no fim desse período tão pesado. Nunca passamos por uma experiência tão forte como sociedade e temos alguma esperança de que as coisas mudem.
Mas além das mudanças externas, quais mudanças internas e aprendizados queremos levar para a vida pós-pandemia? Eu fiquei pensando sobre coisas que aprendi sobre mim e sobre minhas relações que vou tentar levar pra vida pós-quarentência e divido aqui pra te inspirar a pensar quais mudanças você quer levar pro seu NOVO EU.
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Menos biscoito, mais autenticidade
Sem a possibilidade de sair de casa e de ter encontros reais, todo mundo deu uma relaxada na pressão estética. O look quarentênico básico é composto por cabelos sem cortar nem pintar, pelos sem depilar, unhas sem fazer e quilos a mais. Que delícia né? Deixar de se preocupar tanto em ficar lindx pra atrair os paqueras. Nesse processo cada pessoa passou a entender o que faz pra si e o que faz pra agradar os crushes.
Eu, André, também entendi o que eu deixo de fazer por medo de perder os biscoitos. Tava com vontade de raspar a cabeça há muito tempo e sempre inventava uma desculpa. No fundo tinha medo de que fosse afetar meu desempenho paquerativo. Depois de um mês em casa, raspei na máquina um e foi tão libertador. Fiquei pensando quantas vontades nossas são abafadas pelo medo de que não nos achem bonito: mudar de radicalmente de corte, pintar o cabelo de azul, mudar o estilo de roupas, fazer uma tatuagem… enfim, se entender possível de outros jeitos e não ficar congelado no que você acha que é "bonitinho". Daqui pra frente serei mais eu, vou fazer o que me der na telha porque a vida é curta (ou imprevisível) demais pra ficar tentando agradar os outros.
Sou mais eu
Olha, nunca achei que aguentaria tão bem uma longa temporada sem nenhum contato social. Até escrevi um texto sobre a libertação trazida pela impossibilidade de paquerar. De fato passei a conviver mais com meus pensamentos e, por mais que tenha sido complicado no início da quarentena, agora organizei a bagunça dos meus muitos eus e tô em paz com a minha própria companhia.
Menos carência, menos necessidade de ser desejado, mais autonomia. Sinto como se eu tivesse valorizado meu passe pra mim mesmo. A solitude me ensinou a conviver com a falta interna e até a achar prazer (por que não?) no silêncio e na calma. Sim, continuo querendo encontrar alguém, mas daqui em diante sem tanta ansiedade e sabendo que tudo bem ficar sem ninguém. Mas isso também não significa que vou ficar sozinho trancado em casa, cruzes!
Saudades de aglomeração, né minha filha?
Depois dos 30, já recusei tanto convite de sair com meus amigos em uma sexta a noite pra maratonar série na Netflix por preguiça, naquele puro deixa pra depois… Mas nunca imaginei que depois não ia mais ter festa, nem date, nem nada! Me veio na cabeça a alegoria dos gregos antigos para a oportunidade: uma mulher de cabelos raspados, porque depois que ela passava, você não podia mais pegar pelo rabo.
Entendi que a aglomeração na vida real me faz muita falta. Sou desses que gosto de bater papo com os amigos e de ouvir histórias de desconhecidos. Percebi que tava ficando muito tempo no online e pouco tempo na vida real com as pessoas que são importantes pra mim. Prometo ser um solto carpe diem no pós pandemia. A partir de agora, vou aceitar convite pra batizado de criança, bar mitzva ou noite de buraco com as tias. Fora que o fígado vai tá zero bala né?
Então esse eu é um André com visual mais autêntico, menos carente de crushes mas mais sociável. E você, qual seu NOVO EU?
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