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Tá cansado de fazer papel de trouxa? O frescobol pode te salvar!

Soltos S.A.

09/09/2020 04h00

Já se sentiu assim? | Fonte: FreePik

Onze em cada dez solteiros morre de medo de fazer o famoso papel de trouxa. Ainda mais em tempos de likes, onde a sensação de "trouxisse" pode vir de indícios digitais como quando nosso crush começa a seguir alguém novo ou de uma mensagem que demora pra ser respondida. Tem um monte de vídeos no Youtube sobre como parar de fazer papel de trouxa e quase todos partem pra essa solução: pare de demonstrar emoções e ser tão disponível, como se isso fosse resolver alguma coisa. Queria dar um passo atrás e tentar entender de onde vem a sensação de trouxisse e já prometo uma saída através do frescobol!

Trouxas: onde vivem? O que comem?
O dicionário define trouxa como "quem é facilmente enganado ou iludido". Em tempos de área cinzenta, onde a gente não consegue definir nem as relações nem as regras delas, a gente sempre fica tentando ler a linguagem de sinais pra decifrar se o crush tá no mesmo pé que a gente. O trouxa nesse caso é quem está mais a fim que o outro, aquele se iludiu em meio a likes e emojis e não percebeu que o outro não estava tão a fim assim. Nesse momento vem aquela chuva de papel de trouxa e ficamos fazendo origamis ao som de Marília Mendonça. Os americanos até chamam essa pessoa, o nosso querido trouxa, de "looser" (perdedor). E a questão é: se tem alguém perdendo, tem alguém ganhando. Mas, espera: quem não estava tão envolvido ganhou? Ganhou o que?

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O jogo do amor

Sem perceber, a gente insere nas relações amorosas uma lógica de competição, onde há sempre alguém que vence e alguém que perde. E não é à toa, porque desde o maternal a gente aprende a socializar com os nossos futuros crushes brincando de esconde-esconde, jogando vôlei ou queimada (saudades anos 80!) Então, é natural que a gente aprenda  a olhar pras situações e perguntar: em que time eu fiquei dessa vez? E se o amor também é um jogo, como a gente define se a gente ganhou ou perdeu? 

Europa, Ásia e um território à sua escolha

Assim como no jogo de tabuleiro War, a gente tenta aplicar na vida amorosa a ideia de objetivos. Se eu tô a fim de namorar, vou ganhar quando conquistar esse objetivo. Se o coleguinha tá a fim de transar, ele ganha quando conquistar esse objetivo. E no encontro dessas duas pessoas?  O coleguinha "ganha" quando consegue transar e você "perde" porque não conseguiu o seu objetivo de namorar. E mesmo que não tenha rolado a transa, se você é uma pessoa fofa e vulnerável, provavelmente vai se sentir sempre perdendo, simplesmente porque demonstrou mais interesse que o coleguinha. Eu sei que é uma lógica escrota, mas a gente precisa identificar se isso tá rolando e desmontar isso dentro da nossa cabeça, porque senão a nossa autoestima vai sempre pro chão. Bora então olhar pra um outro jogo?  

O frescobol vai salvar tua vida

Tem jogo mais maravilhoso que o frescobol? São duas pessoas batendo uma bola, sem tempo definido, sem pontos e sem ganhador. É só pelo prazer de jogar e quando uma das partes cansar, o jogo acaba e AMBOS saem satisfeitos. É claro que você poderia estar super curtindo e querer jogar mais 20 minutos, mas isso não te faz terminar o jogo com a sensação de frustração. Minha sugestão: bora ser mais frescobol na vida amorosa! Vamos parar de achar que a pessoa que dá o pé na bunda ou não demonstra emoções tá por cima da carniça. Eu, de fato, acho que ganha mais quem vive mais intensamente o que tem pra viver, porque nunca se sabe o dia de amanhã: prefiro me arrepender do que fiz do que ficar me martirizando imaginando como teria sido. 

Tá a fim? Tire isso do seu peito. Não adianta nada ficar se protegendo com medo de fazer o papel de trouxa, ele só existe na sua cabeça. Ele ou ela não estão no mesma que você? Tudo bem, faz parte da vida amorosa e isso não te coloca em uma posição de inferioridade. Assim você já entende e segue pra próxima, mas com a sensação de ter feito a tua parte. Que seja gostoso e divertido enquanto dure nosso bate-bola e quando acabar, vamos tomar um banho de mar que logo aparece outra pessoa querendo jogar mais um pouco 🙂 
Se você quer saber como sobreviver à solteirice em tempos de likes, segue a gente no YouTube e no Instagram. Toda semana a gente entrevista solteiros, especialistas e divide nossos aprendizados e teorias. Mande histórias e dilemas que a gente transforma em pauta!

Sobre os autores

Piranhas românticas, André e Carol são experts em solteirice e partidários do afeto mesmo nas relações casuais. Carol está solteira há 6 anos e já não troca a aula de hot yoga por um date mais ou menos. André está solto monogâmico mas já se esbaldou muito na vida de contatinhos. Publicitários e roteiristas, trabalham com comportamento e conteúdo há anos e decidiram se aprofundar no tema que é assunto da manicure à terapia: como se relacionar hoje em dia. Comunicadores, puxam assunto até com o poste e são formados como psicólogos de boteco. Há um ano eles conversam com todo tipo de solteiros e especialistas no soltos s.a. um canal de youtube, instagram e, agora blog, pra explorar as dores e delícias dessa vida solta. Ninguém entende de solteirice como eles: já foram convidados pra falar na Casa TPM, na GNT e no podcasts Mamilos e Sexoterapia (aqui em Universa).

Sobre o blog

Um espaço para trocar estratégias para sobreviver à solteirice e aos relacionamentos em tempos de likes. Quando vale ter uma DR e quando podemos deixar morrer no silêncio? O que significa esse emoji? Assistir stories significa? Experts em solteirice e ótimos psicólogos de boteco, André e Carol compartilham dilemas reais de solteiros e mapeiam possíveis caminhos para não perder a sanidade mental nessa era de contatinhos.