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4 filmes que ferraram nossa solteirice. Hollywood pode pagar nossa terapia?

Soltos S.A.

06/04/2020 04h00

Vocês também já tiveram vontade de mandar a conta da terapia pra Hollywood? Nós dois tamo aqui: 36 anos na cara, anos de divã, muita leitura sobre comportamento, muito papo existencialista, muita busca por desconstruir padrões (não a toa criamos um canal pra tirar o estigma da solteirice e lembrar pro povo que ela não é fracasso social né?)… mas vira e mexe rolam uns nós na cabeça quando a gente começa a pensar o que quer da nossa vida amorosa.

Sabe quando você tá fazendo a limpa pra mudar de apartamento e, no meio do caos das 380 caixas de coisas inúteis que você não jogou fora (que incluem coisas super úteis como aqueles canhotos de cheque de 99 e sua única medalha de natação já semi enferrujada) você encontra uma cartinha de amor de seu namoradinho do 1o colegial (aquele com quem você perdeu a virgindade de um jeito fofo) e se pergunta "por onde anda Fabricio? Como seria se a gente se reencontrasse?" Aí você fuça a vida da pessoa no Facebook e vê que ela tá casada, plena, morando numa casa de vila com quintal. Na hora bate a sensação de que talvez você tenha deixado alguém especial passar por que tava muito focado no seu trabalho, nas suas piras… a vida passou e você vai ficar pra sempre arrastando a corrente da culpa do desencontro.

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Quem colocou todas essas projeções super realistas na nossa cabeça? Hollywood!! Se a gente somar as horas de filmes românticos e dramáticos que assistimos desde a pré-adolescência até hoje e compararmos com as horas gastas na terapia falando sobre nossas expectativas sobre o amor, vocês vão ver que rola uma correlação bizarra! 

Resolvemos dividir aqui 4 filmes que deliciosamente ferraram nossa solteirice. Desses amores bandidos mesmo, que deixam a gente maluco e a gente adora. Sabe aquela sensação "me engana que eu gosto"? Pois é, mesmo que esses filmes deixem a gente meio loucos, eles também são respiros pra gente ficar menos cético em relação ao amor. 

Agora que tá todo mundo com mais tempo e levemente mais carente, um pouquinho de piras Hollywoodianas pode ser uma boa saída ao kit vinho e rivotril, não acham? Esperamos que curtam as dicas e que se identifiquem com as piras.

OS FILMES DA CAROL

Minhas piras são sempre ligadas às mágicas do destino. A essa fantasia louca que faz a gente pensar que "se é pra ser, a vida vai fazer a gente se reencontrar", que as conexões fortes não passam pelo racional e que o mundo vai se encarregar de fazer amores uma vez tortos ou não vividos, se reconstruirem. Prato cheio pra eu ficar esperando voltas de amores platônicos, projetivos e interrompidos e não me jogar em relações mundanas que podem ser menos mágicas mas mais maravilhosas né? rs…

1.BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS

sinopse: Depois de um final de namoro conturbado, Clementine (Kate Winslet) decide esquecer Joel (Jim Carrey) pra sempre e topa participar de um tratamento experimental para apagar da sua memória todos os momentos vividos com ele. Frustrado e ainda apaixonado, Joel passa pelo mesmo procedimento e lentamente começa a esquecer a mulher que amava. No meio do processo ele muda de idéia e começa a tentar esconder a ex-namorada em outras memórias suas, para não esquecê-la. No meio de todo esse processo, sem se lembrarem um do outro, os dois se encontram. trailer aqui

a pira da carol: A primeira pira é "será que alguém me apagaria da vida?". Por que eu, mesmo nas relações mais cagadas, acho que ainda prefiro ficar com as memórias. Mas a minha nóia maior é (spoiller alert! desculpa), os dois mesmo tendo se apagado, acabam se reencontrando e se reapaixonando. Ou seja, o quanto existem algumas conexões amorosas que são tão fortes a ponto de fazer a gente voltar a se apaixonar por essa pessoa e querer tentar tudo de novo? Será que quando a paixão é grande a vida vai magicamente colocar a gente de volta um com o outro e nos dar segundas, terceiras, décimas chances? Pira maravilhosa pra manter a gente conectada a crushes lixos não acham? 

2. ESCRITO NAS ESTRELAS

sinopse: Em meio ao caos das compras natalinas em NY, Jonathan Trager (John Cusack) conhece Sara Thomas (Kate Beckinsale). Os dois passam a noite andando por Manhattan e se encantam um com o outro. Quando Jonathan sugere uma troca de telefones, Sara rejeita e propõe uma idéia que dará ao destino o controle de seu futuro: ela coloca seu telefone na página de um livro, que deixa no metrô, e anota o telefone dele em uma nota de dinheiro, com a qual paga um café. Segundo ela, se for para ficarem juntos, ela encontrará esta nota de dólar e ele encontrará o livro. Dez anos se passam, eles já estão com outras pessoas mas ainda buscam respostas sobre se o destino quer que eles fiquem juntos ou não.  

a pira da carol: Sim, eu sei que essa é o puro romance água com açúcar clichê. Mas,  o roteiro bate no meu lado místico, que acredita no destino e nos encontros mágicos (me julguem), além de ter todo o pacote romântico em que eu amaria me apaixonar: NY + neve + livro Amor nos tempos de cólera + cheesecake compartilhada (minha sobremesa favorita). Esse filme alimenta minha pira de que as histórias de amor são mais fortes quando permeadas por acasos, delicadezas, mágica e surpresas. Em tempos onde o povo sai mandando nude não solicitado e some na nuvem de fumaça, esperar essas delicadezas pra querer se envolver é praticamente assinar um contrato de união estável com a solteirice eterna. Além disso, ele reforça a pira do primeiro filme: quando é pra ser, a vida se conecta a gente (olha ai eu esperando o cara em que eu dei dois beijos em 2001 e nunca mais rolou nada de novo…)  trailer aqui 

OS FILMES DO ANDRÉ

Os filmes que mais pegam pra mim são aqueles que o par romântico quase ficam juntos, mas algo acontece e eles se separam. Sempre fico pensando quantas oportunidades de ser feliz no amor a gente não deixa passar porque sentimos medo de nos entregar. Em geral são filmes sem um final feliz, mas que fazem olhar pra trás e pensar "será que eu deixei passar "a pessoa" da minha vida"? Não que eu acredite na metade da laranja, mas talvez as histórias poderiam ter durado mais tempo, com mais profundidade e mais transformação. E aí você fica imaginando como teria sido a sua vida caso você tivesse tido a coragem de se entregar (e talvez quebrar a cara).

1.O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN

sinopse: Jack (Jake Gyllenhaal) e Ennis (Heath Ledger), dois vaqueiros (lindos!), são contratados para cuidar de um rancho nas montanhas do interior dos Estados Unidos em 1963. Devido ao frio eles acabam dormindo juntos e acabam transando (apesar de não se entenderem como gays). Eles se envolvem profundamente mas o trabalho acaba, eles voltam pra suas casas e vida que segue… Ambos se casam, têm filhos mas nunca esquecem aquele amor. Durante 20 anos, eles se encontram esporadicamente mas nunca têm coragem de assumir seus encontros, vivendo uma vida de fachada. Até que um dia, um cartão postal que Ennis enviou a Jack sobre o próximo encontro deles, volta carimbado com a mensagem "falecido".  

a pira do André: Sabe esses casinhos que volta e meia a gente encontra, ao longo dos anos é tudo legal, mas nao vai além do casual com afeto? São caras bacanas, que divertidos, mas ou porque moram em outra cidade ou porque talvez eu não esteja muito aberto pra uma relação no momento eu vou deixando pra depois. No fundo, a gente sempre acha que "temos muito tempo pela frente" pra dar uma chance pro amor mais adiante, mas isso nem sempre é verdade. Aí fico me martirizando pensando, será que eu deveria dedicar apostar em algum deles? Será que quando eu for velho vou olhar pra trás e falar "por que eu não me arrisquei a viver intensamente o amor"? Não tem pior arrependimento que não ter tentado. trailer aqui

2. LA LA LAND

sinopse: Mia (Emma Stone), e Sebastian (Ryan Gosling) são dois aspirantes a artistas em Los Angeles que se apaixonam quando vivem vidas fracassadas. Aquelas relações que um estimula o talento do outro e fazem cresce mutuamente. Sebastian aceita tocar em uma banda que não gosta muito para sustentar a casa e deixar que Mia siga seu sonho. Mas a banda começa a fazer sucesso, eles começam a se afastar e  depois que ele falta à estreia de sua peça, Mia volta pra casa dos pais e a história acaba. Anos depois Mia, já atriz de sucesso e em um casamento meio morno, cai por acaso no clube onde Sebastian toca. Quando eles se vêem, o filme passa tudo que teria acontecido se eles tivessem ficado juntos. 

a pira do André: A cena em que eles se reencontram e percebem que ainda gostam um do outro e que estavam vivendo vidas que não queriam, apesar do sucesso profissional retrata com crueldade a dor de perceber que você deixou um grande amor passar. Quantas histórias lindas deixamos de viver quando tivemos que escolher entre nossos objetivos de vida e o amor? Quantas vezes não cancelamos dates ou não dedicamos mais tempo ao trabalho do que ao nosso crush? Os filmes clássicos passam a idéia de que podemos ter tudo, mas a dura realidade é que os boletos chegam e nem sempre o amor é prioridade. Morro de medo de me repetir a cena final do filme e me arrepender lá na frente quando estiver em um casamento morno e trombar com um antigo amor. trailer aqui 

ROLA PEDIR REEMBOLSO?

Ah e se alguém tiver o contato dos produtores, favor mandar pra gente. Queremos rachar a conta da terapia com eles!

Se você quer saber como sobreviver à solteirice em tempos de likes para além dos dias de folia, segue a gente no youtube e no instagram. Toda semana a gente entrevista solteiros, especialistas e divide nossos aprendizados e teorias. Segunda e quarta estamos por aqui! Manda histórias, questões, dilemas que a gente transforma em pauta!…

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Sobre os autores

Piranhas românticas, André e Carol são experts em solteirice e partidários do afeto mesmo nas relações casuais. Carol está solteira há 6 anos e já não troca a aula de hot yoga por um date mais ou menos. André está solto monogâmico mas já se esbaldou muito na vida de contatinhos. Publicitários e roteiristas, trabalham com comportamento e conteúdo há anos e decidiram se aprofundar no tema que é assunto da manicure à terapia: como se relacionar hoje em dia. Comunicadores, puxam assunto até com o poste e são formados como psicólogos de boteco. Há um ano eles conversam com todo tipo de solteiros e especialistas no soltos s.a. um canal de youtube, instagram e, agora blog, pra explorar as dores e delícias dessa vida solta. Ninguém entende de solteirice como eles: já foram convidados pra falar na Casa TPM, na GNT e no podcasts Mamilos e Sexoterapia (aqui em Universa).

Sobre o blog

Um espaço para trocar estratégias para sobreviver à solteirice e aos relacionamentos em tempos de likes. Quando vale ter uma DR e quando podemos deixar morrer no silêncio? O que significa esse emoji? Assistir stories significa? Experts em solteirice e ótimos psicólogos de boteco, André e Carol compartilham dilemas reais de solteiros e mapeiam possíveis caminhos para não perder a sanidade mental nessa era de contatinhos.