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Quer terminar na quarentena? Olhe nos olhos... né Gabi Martins?

Soltos S.A.

27/04/2020 04h00

Semana passada Gabi Martins recebeu um telefonema de Guilherme Napolitano às três horas da manhã colocando um ponto final na história de amor que tinha começado dentro da casa do BBB20. Ele veio com o aquele discurso clássico de que já estava decidido que a partir de agora os dois seriam "só amigos". (O que esperar de um cara que sempre tratou ela de maneira dúbia e abusiva?) Tudo bem, quando um não quer, dois não fazem… Rola uma raiva obviamente, mas o que pegou mesmo não foi propriamente o pé-na-bunda e sim a forma como ele foi comunicado. 

Gabi que não é boba nem nada, usou a fossa como inspiração (quem nunca?) e criou uma música linda botando tudo pra fora. A letra expõe claramente o incômodo tão vivido por muita gente que já levou pés na bunda não presenciais: "nem coragem tem de olhar no meu olho pra falar." A gente também é super do time "vida real", mas fica se perguntando: como faz pra terminar uma história agora na quarentena onde se está proibido de estar frente a frente pra olhar no olho e dizer o que precisa ser dito? E mais ainda, quando não temos uma relação formal, a partir de que momento a gente precisa de fato ter esse papo com o crush"? 

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Terminando com Responsabilidade afetiva

Na hora de terminar uma relação, é sempre importante de pensar quando e como. Não rola ligar às três da manhã e deixar a pessoa chorando sozinha de madrugada se afogando no sorvete sem nem poder desabafar pra algum amigo. Horários civilizados, por favor! E de preferência quando a pessoa não esteja trabalhando e tenha que fingir plenitude na frente dos clientes. Se for possível esperar até o final de semana, melhor. O meio escolhido também é muito importante. Não rola mandar mensagem de áudio, ou pior, mensagem por inbox. Não rola soltar a bomba e sair correndo. Quer falar? Vai ter que ouvir também, o coleguinha tem direito de resposta! Uma ligação é ok, mas o melhor mesmo é olhar nos olhos, como Gabi fala. Claro, durante a quarentena, talvez o mais próximo de uma conversa cara a cara seja uma chamada por vídeo, já que o ideal é ficar em casa o máximo possível. Então se jogue no zoom, skype, facetime, hangouts… opções não faltam! 

No caso da Gabi e do Guilherme, que engataram um namoro durante a intensa convivência bigbródica, as responsabilidades ficam mais claras. Agora, e quando você estava só saindo com alguém e a relação não tem tantos contornos definidos? A partir de que momento a gente deve satisfação ao crush

To D.R. or not to D.R., that is the question

Você começou a sair com alguém antes da quarentena. Se viram algumas vezes, se adicionaram nas redes sociais, trocavam mensagens com alguma frequência mas nunca chegaram a definir o que existe entre vocês. Estavam navegando em algum lugar daquela região nebulosa entre o contatinho, o rolo e o peguete. Por algum motivo, durante a quarentena, uma das partes se desencantou. (A gente já escreveu aqui sobre algumas das razões que levam as pessoas a quererem dar um basta nos casinhos durante o confinamento). Nesses casos nunca sabemos se puxamos uma D.R. ou só vamos deixando a relação morrer por inanição. 

Banho-maria, quem nunca?

Muitas vezes a gente não está assim tão certo que NUNCA MAIS quer ver a pessoa. Pode ser só uma fase e talvez queira reativar o crush quando acabar a quarentena. É fato que se a gente colocar um ponto final, (mesmo que com todo jeitinho), há uma chance menor de conseguir resgatar esse crush do que não falar nada e simplesmente aparecer com um "oi sumidx" daqui a algum tempo. Um pé na bunda declarado sempre fere nosso orgulho, né? Nesses casos a gente não quer ter uma D.R. pra poder deixar a porta aberta, mas pode ser que a gente seja classificado como crush-lixo. 

Quando a D.R. cai bem?

A gente ficou pensando quando a gente gostaria que os crushes nos dissessem que o tempo fechou. Até porque uma bota dói, mas também é libertador porque te deixa solto pra focar em outros candidatos mais promissores. Seguem algumas situações em que a responsabilidade afetiva pesa: 

  • Quando já rola fofura: quando já tem apelidinhos e atitudes fofas de demonstração de afeto, vale a pena lembrar do pequeno príncipe: "tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas". 
  • Depois de uma acelerada: vocês foram de 0 a 100 em 2 semanas, viajaram fim de semana pra praia e alguém chegou a mencionar uma festa junina incrível, ou seja, deu bastante material para projeção. 
  • Mini-rotina estabelecida: se a frequência já está meio estabelecida do tipo toda segunda vocês pedem japonês e ficam comentando o BBB, ou pior, quando começaram a ver uma série juntos! Traição de Netflix em plena quarentena é inaceitável!
  • Abraçou a avó: se você apresentou irmãos ou a mãe, ou mesmo uma sobrinha fofa que amolece qualquer coração (golpe-baixo) a outra pessoa muito provavelmente pode ter criado expectativas. 
  • Desatento aos sinais: quando uma das partes vai mandando sinais de desinteresse – mil desculpas seguidas – e a outra pessoa insiste cada vez mais, ou seja, tá precisando que você desenhe. 

Às vezes o silêncio basta

Eu, André, já fui ter uma conversa com um crush e falar que não tava mais tão afim assim e recebi um "você não me deve satisfações". (Eu tentando ser legal e levo um tapa desse). Ou seja, se não for algumas dessas situações acima, talvez valha mesmo você deixar a história morrer no silêncio. A outra parte talvez prefira assim, sem climão. Foi apenas um acordo silencioso, bem no mood da solteirice em tempos de likes, onde nada tem um começo nem um fim definido. 

Se você quer saber como sobreviver à solteirice para além dos dias de folia, segue a gente no YouTube e no Instagram. Toda semana a gente entrevista solteiros, especialistas e divide nossos aprendizados e teorias. Segunda e quarta estamos por aqui! Mande histórias, questões, dilemas que a gente transforma em pauta!…

 

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Sobre os autores

Piranhas românticas, André e Carol são experts em solteirice e partidários do afeto mesmo nas relações casuais. Carol está solteira há 6 anos e já não troca a aula de hot yoga por um date mais ou menos. André está solto monogâmico mas já se esbaldou muito na vida de contatinhos. Publicitários e roteiristas, trabalham com comportamento e conteúdo há anos e decidiram se aprofundar no tema que é assunto da manicure à terapia: como se relacionar hoje em dia. Comunicadores, puxam assunto até com o poste e são formados como psicólogos de boteco. Há um ano eles conversam com todo tipo de solteiros e especialistas no soltos s.a. um canal de youtube, instagram e, agora blog, pra explorar as dores e delícias dessa vida solta. Ninguém entende de solteirice como eles: já foram convidados pra falar na Casa TPM, na GNT e no podcasts Mamilos e Sexoterapia (aqui em Universa).

Sobre o blog

Um espaço para trocar estratégias para sobreviver à solteirice e aos relacionamentos em tempos de likes. Quando vale ter uma DR e quando podemos deixar morrer no silêncio? O que significa esse emoji? Assistir stories significa? Experts em solteirice e ótimos psicólogos de boteco, André e Carol compartilham dilemas reais de solteiros e mapeiam possíveis caminhos para não perder a sanidade mental nessa era de contatinhos.