Caio Blat e Maria Ribeiro: o que veio 1o, a traição ou o fim do casamento?
Soltos S.A.
26/08/2020 04h00
Fonte: Instagram
Nunca é fácil terminar uma relação, ainda mais quando envolve traição e filhos. Os atores Maria Ribeiro e Caio Blat ficaram juntos por onze anos e se separaram em 2017, mas só agora chegaram a um acordo e assinaram os papéis. Recentemente, Maria soltou no podcast "É nóia minha" que Caio começou a sair com Luisa Arraes, sua namorada atual, quando eles ainda estavam casados. E antes que comece o movimento de cancelamento do ator (e de Luisa), queria focar em uma fala de Maria sobre a traição, que me chamou a atenção: "Mas tudo bem porque o casamento já estava totalmente cagado, já estava na extensão da extensão", disse Maria.
Fiquei pensando sobre quantos casamentos e namoros vão indevidamente para prorrogação e tem um final pior que deveriam ter só porque não temos a maturidade e a coragem de admitir que o amor acabou e que é hora de cada um seguir o seu caminho. Comecei a me perguntar quantas vezes usamos a traição (principalmente nós, homens) como uma forma de botar um ponto final na relação meio "sem querer, querendo".
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Chuva de maturidade
Não tem nada pior que essa sensação de ser traído, mas que bom que a Maria Ribeiro teve a maturidade de conseguir entender que, em alguns casos, a traição é uma consequência do final do casamento e não o contrário. Isso muda totalmente a visão dos fatos, porque muitas vezes nos apegamos à traição para colocar o outro em uma posição de vilão (e nós, de vítima). Quando Maria reconhece que o casamento estava na "extensão da extensão", ele confessa que também sabia que eles estavam nos finalmentes. Ambos sabiam que a relação já tinha acabado e nenhum dos dois teve a coragem de começar esse papo. É claro que ela também poderia ter pulado fora, mas tô com ela: o medo do fim é totalmente humano…. #quemnunca? Depois dessa aula de maturidade, comecei a revirar minhas gavetas emocionais pra tentar entender porque temos tanto medo ou preguiça de nos separar.
Antes um final terrível que um terror sem fim
Eu mesmo já estendi mais que devia uma namoro porque não sabia como terminar: sempre ficava esperando o momento certo, que obviamente nunca chegava. Sempre tinha uma viagem programada, um aniversário ou então aquele combo Natal + Ano Novo que sempre me fazia pensar que "era sacanagem terminar justo agora". Aí eu empurrava mais um pouquinho com a barriga… E por medo de um final terrível, vamos vivendo um terror sem fim em doses homeopáticas. Eu sempre com um sorriso amarelo, com aquela preocupação no fundo dos meus olhos "será que ele percebeu que eu não tô mais a fim?". E talvez o outro estivesse fazendo exatamente o mesmo papel, sem conseguir terminar. Ambos vivendo um teatro de quinta achando que assim estavam protegendo o outro do sofrimento.
O que vai ser dele sem mim?
A verdade é que, por trás desse sentimento de pretensa piedade do outro, existe um enorme narcisismo e uma absoluta certeza que a vida do outro vai ser muito pior sem a gente. Quem disse? Quantos pés-na-bunda não levamos em meio a lágrimas e vinho e hoje, olhando pra trás, quase agradecemos ao fofito? Tem bota que é livramento. E olhando pra trás me vejo como um ridículo mesmo, porque esse medo não durou muito e logo se transformou em raiva ou inveja quando meu ex entrou em um namoro que parecia muito feliz no Instagram dele. Sei que não é legal competir com o ex, mas é humano (inclusive já escrevemos sobre isso aqui). Quanto egocentrismo de sentir pena do outro por estar sem a nossa companhia… E o que acontecia inevitavelmente? De duas uma: ou eu acabava explodindo "do nada"; ou pulava a cerca e descuidava um pouco pra deixar que o destino fizesse seu papel e o outro descobrisse e acabasse comigo.
Seje menas, queride
Não tenho menor ideia se isso foi o caso do Caio Blat, só estou chamando atenção pra covardia e o narcisismo envolvidos nesse processo de deixar a relação rolar ladeira abaixo por medo de ferir os sentimentos do outro. A minha relação com os términos mudou quando (depois de anos de análise) comecei a pensar que o outro poderia muito bem viver sem mim e inclusive ser mais feliz do que era comigo. Pra que manter alguém preso a nós e infeliz? Amar é deixar ir. Não tô dizendo que seja fácil, até porque em casos que a separação envolve uma longa divisão de bens, filhos e toda uma demolição de expectativas esse processo tende a ser mais complexo ainda. Mas a minha chamada na chincha aqui é, não vale a pena trair e "dar chance ao acaso". A traição só aumenta o peso da separação e muitas vezes impede que, depois do período de carência, o casal volte a conviver numa boa.
Nota mental: não sou tão importante assim e se não tá bom pra mim, provavelmente também não tá bom para o outro. Melhor vencer o medo e jogar o bote salva vidas no mar, do que esperar o navio afundar e nós junto com ele.
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Sobre os autores
Piranhas românticas, André e Carol são experts em solteirice e partidários do afeto mesmo nas relações casuais. Carol está solteira há 6 anos e já não troca a aula de hot yoga por um date mais ou menos. André está solto monogâmico mas já se esbaldou muito na vida de contatinhos. Publicitários e roteiristas, trabalham com comportamento e conteúdo há anos e decidiram se aprofundar no tema que é assunto da manicure à terapia: como se relacionar hoje em dia. Comunicadores, puxam assunto até com o poste e são formados como psicólogos de boteco. Há um ano eles conversam com todo tipo de solteiros e especialistas no soltos s.a. um canal de youtube, instagram e, agora blog, pra explorar as dores e delícias dessa vida solta. Ninguém entende de solteirice como eles: já foram convidados pra falar na Casa TPM, na GNT e no podcasts Mamilos e Sexoterapia (aqui em Universa).
Sobre o blog
Um espaço para trocar estratégias para sobreviver à solteirice e aos relacionamentos em tempos de likes. Quando vale ter uma DR e quando podemos deixar morrer no silêncio? O que significa esse emoji? Assistir stories significa? Experts em solteirice e ótimos psicólogos de boteco, André e Carol compartilham dilemas reais de solteiros e mapeiam possíveis caminhos para não perder a sanidade mental nessa era de contatinhos.